quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tecendo redes de saberes


O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete sobre a
sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática, é o
paradigma hoje em dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é
um paradigma um bocadinho retórico e eu, um pouco também, em jeito de
brincadeira, mais de uma vez já disse que o que me importa mais é saber como é
que os professores refletiam antes que os universitários tivessem decidido que
eles deveriam ser professores reflexivos. Identificar essas práticas de reflexão
– que sempre existiram na profissão docente, é impossível alguém imaginar uma
profissão docente em que essas práticas reflexivas não existissem – tentar
identificá-las e construir as condições para que elas possam se
desenvolver. (Nóvoa, 2001)

A nossa segunda oficina aconteceu no dia 28 de abril de 2009, no Colégio Municipal Conselheiro Junqueira Aires e teve como objetivos: Caracterizar as sequências tipológicas e relacioná-las quanto à classificação de gêneros; Analisar sequências tipológicas em gêneros textuais e Reconhecer a transposição de um formato de um formato de gênero textual para outro. Para dar inicio, utilizamos como leitura compartilhada a poesia musicada de Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles, musicada.

Em seguida, passamos à socialização das atividades desenvolvidas em salas de aula pelos cursistas. A professora Lúcia Assis relatou sobre sua experiência quando levou a proposta de produção de cordel aos seus alunos de 7ª série (8º ano). A princípio eles tiveram contato com alguns cordéis para apreciar, se deliciar e depois observar a estrutura, temática mais usada, etc. Em seguida foram desafiados a produzir, em dupla, um cordel intitulado “A vida de Lampião” e mais tarde, em trio, produziram cordéis com temas variados, os quais depois de revisados, serão comercializados na Feira de Cultura do Colégio Cenecista Padre Otacílio, que acontece anualmente, e antes da comercialização, irão produzir textos publicitários objetivando divulgar o produto. Ainda farão um momento de autógrafos com os autores. Ela destacou que no inicio os alunos tiveram dificuldades e dúvidas, afinal, apesar de ser um gênero popular, a escola não havia trabalhado ainda, o que dificultava as produções. Entretanto após algumas insistências eles conseguirem se envolver e deixaram a criatividade fluir. E saíram cordéis maravilhosos! (palavras da professora). Contrapondo a esse relato, a professora Sonilda falou da sua experiência com relação ao cordel, dizendo que não foi muito legal, uma vez que os alunos (de 5ª série) ficaram animados com a leitura, porém na hora da produção sentiram muita dificuldade e não conseguiram criar as rimas. Em compensação, ao trabalhar com biografia obteve mais êxito, pois seus alunos puderam expor sentimentos, medos, sonhos, o que possibilitou um maior conhecimento de suas vidas. As professoras Mônica e Taíse disseram do trabalho com os gêneros: cartas, bilhetes e biografia que foi, apesar de difícil, muito positivo nas turmas de 6ª e 8ª séries. Segundo essas professoras, “os alunos não estão acostumados a produzirem, sendo necessário um trabalho cuidadoso e contínuo, que instigue os discentes a realizarem as atividades” Mônica Santana. Ela ainda acrescentou que com o Gestar, “pude perceber as necessidades a serem trabalhadas em Língua Portuguesa”. A professora Leliane destacou que algumas atividades do módulo 3 são difíceis, uma vez que exigem dos alunos, leitura e produção textual, obstáculo ainda a ser vencido nas escolas. “É necessário que o professor conheça o aluno, compreenda os modos através dos quais ele aprende, para, então, poder organizar intervenções desafiadoras. O Gestar é uma proposta que visa contribuir para o desenvolvimento dos diversos projetos educacionais, promovidos pela escola, bem como ampliar e atualizar sua atuação junto aos alunos”, afirma Leliane.


Após essa socialização, passamos para as atividades do TP 3, das páginas 110 – 121 e à medida que íamos prosseguindo os professores não demonstraram dificuldade em reconhecer as sequências tipológicas nos diversos gêneros o que favoreceu a compreensão de que o tipo textual define-se por sua natureza lingüística e abrangem um número limitado de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção e preditivo.Quando predomina uma característica tipológica num dado texto concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou descritivo ou injuntivo. “Os tipos textuais constituem modos discursivos organizados no formato de seqüências estruturais sistemáticas que entram na composição de um gênero textual. Tipo e gênero não formam uma dicotomia, mas se complementam na produção textual”. (Marcuschi, 2003).

Após um breve intervalo, fizemos uma dinâmica de descontração e retomamos as atividades do TP 3 das páginas 98 a 109, o que só veio a confirmar o que havíamos discutido anteriormente. Depois de socializadas as discussões, passamos alguns informes, tais como: esboço do projeto, entrega de relatórios e elaboração do portifólio e do projeto. Encerramos com uma mensagem em power point e com avaliação da oficina, levando-nos a concluir que o trabalho coletivo e a aprendizagem colaborativa são recursos de extrema valia num trabalho de formação continuada, o que possibilita a ação de todos, tendo em vista, responder aos desafios propostos à atualização profissional de cada um.

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