Aprendendo a aprender: Oficina do Junqueira

Apresentação

APRESENTAÇÃO

A escola é lugar de gente que pensa sobre o que faz e faz o que pensa.

Laura Monte Serrat Barbosa

O presente blog tem a finalidade de registrar aspectos essenciais e mais relevantes da implantação e implementação do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - Gestar II no município de Itagi, com objetivo de possibilitar aos professores de Língua Portuguesa que atuam nos anos/séries finais do Ensino Fundamental, um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades e competências, no que tange a compreensão, interpretação e produção dos mais variados textos. Pretende também contribuir para a inserção dos alunos na sociedade, como cidadãos conscientes capacidades não só de analisar as várias situações de convivência social como também se expressar criticamente em relação a elas.

Pretende ser um importante instrumento de reflexão, planejamento e avaliação das ações do Gestar, do percurso da professora/formadora e dos demais professores/cursistas, como também registrar a troca de experiências vividas no grupo e em sala de aula, com a finalidade de melhorar a nossa prática pedagógica e, consequentemente, elevar a qualidade da educação publica do nosso município.

A elaboração desse blog significa registrar uma trajetória vivida, narrar a própria experiência e dos demais colegas do grupo, a partir de fatos significativos, privilegiando a dimensão reflexiva, a busca do diálogo constante entre prática e teoria, sem perder de vista, a aprendizagem significativa de crianças, jovens e adolescente que esperam da escola, muito mais que a simples transmissão de conteúdos e informações, mas que precisa se instrumentalizar para, de forma consciente, intervir e modificar a realidade sócio- cultural.

Em suma, este diário reflexivo, pretende dar ciência, mas principalmente, deixar um registro histórico deste rico tempo de mudança, organização e crescimento na vida deste grupo de professores que tem buscado, de forma verdadeira, se apropriar dos conhecimentos teórico-práticos para avançar na qualidade social da educação em nosso município. É também a consciência de que uma política de formação continuada em serviço, "tem a ver com a constituição do profissional e da pessoa e não do armazenamento de experiências e ideias de outras pessoas. Essa constituição profissional precisa ser realizada com vivências que tem relação com o cotidiano" (BARBOSA, 2009, p.26). E esse novo constituir-se requer o desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais que não constam nos currículos de formação docente. Ser professor, então, pressupõe um re-fazer-se constante e a certeza de que é preciso ter domínio dos conteúdos, mas acima de tudo, reconhecer-se aprendente, fazer-aprendiz, "despindo-se de conceitos e preconceitos, abrindo-nos para a vida e para o exercício da profissão como eternos aprendizes" (CALDEIRA, 2009. p.143).

Aprender pra quê?

APRENDER? PRA QUÊ?

A aprendizagem é como ameba
Só funciona com decoreba
Educar é como andar
Se não souber pode tropeçar.
A Lingua Portuguesa é um mistério
E os alunos pouco levam a serio.
O método de ensino
Continua um arcaísmo
A pesquisa nos ensina
O poder nos corrompe
O colégio manipula
E nossos pais nos estimulam
Sempre me disseram que a escola é meu segundo lar,
Mas, o que eu mais quero é sair de lá.
Fugimos de um mundo democrático
Estudamos com um método sarcástico
Estudar é complicado
Mas o pior mesmo é ser reprovado.
Rhayra e Leliane
2°Ano do EM do CCPO

Notícia

Alunos se revoltam com os métodos de ensino do Colégio

Os alunos da escola se revoltaram no dia 25/02/2003 devido aos ensinamentos, o que provocou várias brigas entre professores e alunos. O principal motivo da revolta era a forma de ensino que sufocava os alunos. Os professores dessa escola não procuravam se adaptar à tecnologia e nem buscar formas mais práticas de dar aulas o que causava insatisfação aos alunos.
Passada uma semana, a direção concluiu que a situação já estava estabilizada, entretanto, ocorreu um fato que ninguém esperava: uma professora foi brutalmente assassinada por um dos alunos.

Notícia criada, após apreciação do clipe “Estudo Errado” de Gabriel O Pensador pelos alunos:
Deise, Rayza e Ricardo.

2°Ano do EM do CCPO

O jeitim de Itagi

Tu é dhodho cara! – espanto
Mizericorde – espanto
Só saudade cara – lembrança de algo
São Paulo é longe – falta do que falar
Escapar o gás – sair, ir embora
Empata Love – empata namoro
Chibungo – homem feio
Fubazada – povo feio
Ta chei de graça – dizer que tá muito engraçadinho
Fecha a cara – se respeita
Butua – ficar, sair, viajar
Pedão – são Pedro de Itagi
Volta pro mar oferenda – alguém feio
Diacho – reclamação
Maria valerme! – espanto
Viadage – muito besta
No mundo –
Bobônica -
Acué –esquema quente
Acothar – ficar
Só o sangue – só Deus mesmo
Zericórdia – misericórdia
Amuado/amuar – ficar zangado, emburrado
Curtipio/vestige – desmaio
Obrar – defecar
Resto de parição – filho caçula
Bichinhô– perca de palavras
Maria de corme. Mangalô, treis veis – repreendendo algo
Thotholina – filme pornô
Vai cantar a passarinha – trabalhar
Aqué – encontro
Esqueminha – namoro
Rodar o pião – passear/dar uma volta
Assunta – presta atenção/
Num carece – não precisa
Espiá – olhar
Sai de minha bera – sai perto de mim
Xibiotage – besteira
Cu doce – se fazendo de difícil
Vô na onze – ir à pé
Chico – menstrução
ô réu – o mesmo que retado
cachibrema – problemão
tu vai vê ruindade – ameaça
crendospade – nojo
abalou racha – linguagem de viado
de hoje a oito – na próxima semana
batê o barroso – defecar
batê o baba – jogar futebol
La ele – sai pra la
Me arruma – me dá algo
Botar no grau – empinar
Vô pegar o gorduroso – comer
Gasoso – gasolina
Bestage – o mesmo que besteira
Me erre viu – me esquece
Me deixe viu Valera! – não enche
Azoada – atrapalhada
Pustemada – doente
Desgrameira – bagunça
Livusia – barulho, bagunça
Ôrrrrrrrrr – desdém
Arrepare – olhe bem

Trabalho realizado com o 2° ano do EM do CCPO.

Valeu galera!!!!!!!!!!!!!!!!!

O romance de Itagi

O romance de Itagi
Agora vou começar
Por este modo que digo
Ninguém pode duvidar
Pobre nenhum tem amigo
Esta certeza te digo
Quem quiser pode assuntar

Pessoal vocês assuntam
Qual são os versos primeiros
Mentiroso igual a Sisi
Zuadento igual a Bodeiro
Tem gogó igual a Zezinho
Laborento igual a Tavinho
Valente igual a Antonio Mineiro

Nervoso igual a Nascimento
Pilherista igual a Josué
Cantador igual a Licinho
Chorão igual a Miguel
Igual a um galo de janeiro
Zuadento igual a Bodeiro
Artista igual a Daniel

Bodeiro é um crente velho
Que acho muito errado
Anda pelo meio da rua
Parecendo um estonteado
Quando ele está no trabalho
Chama os cachorros de pai
E o jegue velho de cunhado

O senhor Benedito Geraldo
Nunca pode ter socego
Porque ele tem um criatório
Que ele tem grande Xamego
Cavalo do cão e cobra

A produção é de sobra
Caranguejeira e murcêgo.

Aqui tem um fazendeiro
Que este é o mais bonzinho
Mas, em meu pensamento
Este é o mais ruimzinho
Porém não digo o seu nome
Porque quer empatar os homens
Matar até passarinho

As juritis desta terra
Podia ser motorista
Que o assalto tem visão
Quando nada tem lista
Dentro da roça de cacau
Não bate os peitos no pau
Porque tem golpe de vista

Rogério, Gurinha e Benício
Cândido, Nelito e Claudio
Dr. Leli, Lomanto e Lolô
Antonio Barbosa e Esmeraldo
E o senhor Manelito
Dos Três o mais esquisito
É só Benedito Geraldo

Vou dizer outros versos
Que é dos açougueiros
Compra muito boi fiado
E só vende a carne a dinheiro
A carne eles vão alteando
Somente se queixando
Dos pobres dos fazendeiros

Isto é todo açougueiro
Que já apanhou por uma basa
Quando pega mata boi
Logo ligeiro se atraza
É justo que o boi não dá
Para ele se sustentar
O luxo e duas casas

Os funcionários da Prefeitura
Trabalharam muito serio
Com tudo que precisavam
Da prefeitura fizeram
Acabou-se os que fazer
Só afim dos pobres morrer
Distribuíram o cemitério

Todos eles candidatos
Para os eleitores prometeram
Uma nota muito boa
De um milhão de cruzeiros
Para quando eles terminarem
Para quem quizer inaugurar
O cemitério primeiro

Assim dizem os candidatos
Para os eleitores tabaréus
Se vocês votarem comigo
Eu levo vocês pro céu
Depois que se põem eleitos
O pobre não tem proveito
Vão pra casa do chapéu

O senhor Zezinho de Itaberaba
Já está contando fumaça
Itaberaba é terra boa
Mas, lá não dá nem cabaça
O verde daqui é bonito
Lá de verde só tem periquito
Algum papagaio quando passa

Dos filhos de Pedro Gabriel
O mais decente é Ernani
Do povo do velho Juví
O mais sabido é Epifânio
Quem pensar que estou mentindo
Pode chamar os meninos
E perguntar a João Fernandes

Os rapazes de Itagi
Fazem as vezes de tabaréus
Andam em mangas de camisa
E todo lugar sem chapéu
Vestem calças de linho
Camisa de papelinho
Já pensam que estão no céu

O pobre do Juvenal
Se enterrou por uma vez
Foi comprar um carro velho
Foi o pior que ele fez
Quando ganha quinhentos contos
O juízo fica tonto
Gasta um milhão todo mês

Firme bebe cachaça
Coisa sem comparação
Da chuva faz a coberta
Da lama faz o colchão
Não sei que coisa é aquela
Do copo faz a vela
E da cachaça a salvação

Edson Pereira
Está muito malcriado
Por causa da valentia
Já vi muitos dentes quebrados
Mais valente é caranguejo
Que nele ninguém dá beijo
E só vai na cidade amarrado

Ananias Pereira
Veja o que aconteceu
Foi comprar uma terra boa
Tudo o que tinha perdeu
Veja bem minha criatura
Com dez palmos de altura
Os cacaus a paca comeu

Os fazendeiros desta terra
Vivem todos derrotados
Vendem cacau para espera
Compra nas vendas fiado
Quando é no fim do ano
A safra dá um engano
O que eles tem está tudo penhorado

Itagi dá muita sorte
Para o povo que vem de fora
Chega na maior pobreza
Num repente se melhora
Roba todo fazendeiro
Enche os bolsos de dinheiro
E apanha o caminho e vai embora

Itagi uma terra boa
Que ninguém aproveita repente
O povo que vem de fora
Chega aqui fica valente
Mesmo que seja covarde
Falando aqui arrojado
Parece que o povo é doente

Os mandatários de Itagi
Tem o coração fiel
Fez a rua da bandinha
Para dar aos esmolés
Depois as condutas
E encheram de prostitutas
Já tem catorze mulheres

Tem um bocado de coisas
Que Benicio pode fazer
Tratar Lau para cortar cana
Vivaldo para moer
Raulino para destilar
Pé Queimado para carregar
E Henrique para vender

Vão ficar com raiva deu
Mais eu não me importar
Amor não enche barriga
Nem ódio faz empachar
Pode fazer seus enredos
Escrever para São Pedro
Mandar Silerino levar.

Em 1° de Janeiro de 1970

Autores: Juvenal Oliveira Santos
Firme Carlos Lima

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Oficina do Junqueira

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